Quem é Fernando Passos?
Aos 33 anos, Fernando Passos é sócio e administrador da Bacaeri Florestal desde 2011. Em sistema silvipastoril, a fazenda conta com operações de recria e engorda, além do reflorestamento de Teca, que é referência para a Embrapa.
Acreditamos que os clientes da Fortuna são afortunados, pois assim como a definição do nome, obtiveram êxito e são prósperos. Conheça Fernando Passos e entenda por que ele é um Pecuarista Afortunado.
Fernando tem um perfil bastante organizado e busca melhorias constantes em gestão e desenvolvimento pessoal. Um dos desafios para todo pecuarista é equilibrar a vida pessoal e profissional, já que em um ambiente familiar de trabalho, estes âmbitos costumam se misturar.
Elegemos o Fernando como um “Pecuarista Afortunado” porque ele desenvolveu e adaptou uma metodologia pessoal que permite planejar e executar as tarefas sem comprometer outras atividades pessoais e vice-versa. Ele já foi mediador de experiência do 2º Grande Encontro da Fortuna, em 2018, em uma das mentorias que tratava de Gestão do Tempo.
A Bacaeri é uma propriedade que possui muita história por estar há bastante tempo no norte do Mato Grosso. Como você entrou na atividade?
A fazenda iniciou seu trabalho com reflorestamento na década de 1990. Por questões fundiárias e com o objetivo de aumentar a lucratividade nas terras, minha família decidiu diversificar a produção, incorporando pecuária ao negócio, em meados de 1994. No início, não se falava muito de integração pecuária-floresta, então tivemos que desenvolver nossa própria metodologia de produção.
Comecei a trabalhar na empresa em 2011, na área da madeira, quando me mudei para Alta Floresta. Meu pai, que era quem estava à frente do negócio de pecuária, decidiu sair da cidade e eu assumi o lugar dele, como administrador da propriedade e das operações de pecuária e reflorestamento sustentável em 2014.
Inovação é um dos adjetivos pelo qual a Bacaeri é conhecida. O que você faz de diferente na sua fazenda?
O maior desafio, dentro de qualquer empresa, seja no agro ou não, é uma gestão bem feita. No nosso mercado, isto é ainda mais difícil, porque é um setor que está em processo de profissionalização e conta com uma estrutura familiar. Sabendo disto, focamos para mudar esta realidade na Bacaeri.
Hoje, a fazenda pertence a uma empresa que tem mais de uma atividade e é gerida de maneira profissional, na qual separamos o patrimônio da empresa e o pessoal de cada sócio. Esta é uma estratégia implantada que visa desenvolver o negócio com mais facilidade.
Nós gerimos a empresa com capital próprio, o que permite mais liberdade e efetividade na comercialização – seja de compra ou venda – por não precisar de financiador. Com dinheiro em caixa, temos maior poder de negociação com fornecedores, preferindo pagamentos à vista.
Este foi um ciclo virtuoso que desenvolvemos e que, em longo prazo, nos dá uma grande vantagem competitiva, pois gera mais lucros.
Sabemos que muitos pecuaristas enfrentam dificuldades na gestão das propriedades e é possível identificar na Bacaeri muita aptidão nesse quesito. Qual dica você daria para os pecuaristas, para ajudar em seus negócios?
O primeiro passo é separar gastos e lucros pessoais dos da fazenda. É importante conhecer o custo mensal da sua casa, da sua família e qual o custo mensal da sua propriedade, incluindo tributos. A partir disto, fica mais fácil programar e organizar o fluxo de caixa.
Outro ponto fundamental é se preocupar em pagar financiamentos existentes e evitar fazer novos ou diminuir ao máximo esta necessidade, principalmente em curto prazo. Juros diminuem sua rentabilidade e quanto mais você puder usar seu próprio dinheiro em investimentos do seu negócio, mais saudável ele será.
A Pecuária em algumas situações não se torna rentável, e por isso ela precisa de uma evolução. O que você acredita ser necessário para transformar a atividade?
O potencial do Brasil para a pecuária é muito grande e acredito que são poucas coisas que os pecuaristas precisam fazer para melhorar o resultado. Em geral, as fazendas precisam melhorar a comunicação com o consumidor final. Hoje, o agronegócio é muito distante da realidade das grandes cidades e vice-versa. Precisamos nos reinventar e fortalecer este elo, desde a fazenda até todos os fornecedores da cadeia, pra trazer o consumidor para mais perto.
E dentro da fazenda, acredito que o segredo está em tratar a propriedade como uma empresa. Para melhorar a pecuária de modo geral, precisamos começar dentro de casa, na nossa fazenda e realmente administrá-la.
Nem sempre precisamos de algo revolucionário ou disruptivo, que é o que as pessoas normalmente esperam. A realidade é que não é preciso reinventar a roda, o ideal é acompanhar o que empresas de outros setores mais evoluídos fizeram e seguir os processos que deram certo.