A pecuária no Brasil é baseada, principalmente, no sistema em pastejo. Assim, o pecuarista deve adotar medidas de manejo específicas para cada estação do ano. No período das águas, deve-se alinhar o objetivo do pecuarista com a suplementação desejada. Em caso de máximo ganho a suplementação mineral-protéico-energética é necessária e a mais recomendada.
Isso porque, na estação das águas, os animais têm pastagem alta quantidade, mas deficientes em aspectos importantes para alcançar seus objetivos de intensificar a produção e garantir mais lucro em menor tempo.
Entretanto, os animais que retornam da estação de seca debilitados demoram a apresentar desempenho satisfatório, e o teor de proteína, energia e minerais do capim disponíveis na estação de águas não são suficientes para um ganho de peso elevado dos animais. Além disso, deve-se ficar atento ao período de transição entre estações (seca-chuvas) sobre diarreias provocada por brotação que reduzem a absorção dos nutrientes podendo levar inclusive a perda de peso nesta fase.
Mesmo com o balanço positivo de proteína em pastagens bem manejadas, a falta de energia restringe o desenvolvimento dos animais, causando desbalanço proteico-energético no rúmen, reduzindo o potencial de ganho de peso.
Porque fazer a suplementação mineral-proteico-energética de alta densidade
A maior disponibilidade de alimento para os animais, devido às condições favoráveis do período (chuva, temperatura e radiação) para o crescimento do pasto, permite associar os nutrientes da forragem com os presentes no suplemento.
Dessa forma, o produtor consegue suprir as exigências nutricionais da criação, corrigindo algum possível desbalanceamento nutricional que os animais possam apresentar.
Os suplementos minerais proteico-energéticos fornecem no mínimo 100 g de energia (NDT – nutrientes digestíveis totais) para cada 100 kg de peso vivo e ainda 30g de proteína bruta para cada 100kg de peso vivo, estão associados a respostas satisfatórias à produtividade do sistema, seja para animais em engorda ou fêmeas em reprodução.
Importância da suplementação mineral proteico-energética no período de águas
A suplementação mineral proteico-energética durante as águas tem o intuito de promover o equilíbrio da demanda de nutrientes e a exigência do animal para o ganho desejado. Mesmo em pastagens bem manejadas ocorrem perdas de nitrogênio devido à tipo de fibra da pastagem, ocasionando não só deficiência energética mas também mineral e proteica, o que restringe também o desenvolvimento da microbiota ruminal.
Muitas vezes, essa proteína não é de boa qualidade ou está aderida à fibra, necessitando de atividade ruminal intensa para ocorra acesso das bactérias a esses nutrientes presos na fibra de menor qualidade. Esses tipos de proteínas apresentam lenta ou nenhuma taxa de degradação, fazendo com que o animal não aproveite adequadamente a proteína.
O sincronismo na degradação de proteína com disponibilização de energia favorece o melhor aproveitamento do alimento consumido. A utilização de fonte energética prontamente disponível fornece energia em quantidade suficiente para que os microrganismos aproveitem o alimento no momento que é consumido.
Isso proporciona maior eficiência de produção de proteína microbiana, uma vez que a energia contida na forragem necessita ser fermentada para ser utilizada por micro-organismos ruminais e depois, pelo próprio animal, o que leva tempo e perdas fermentativas.
Benefícios da suplementação mineral-proteico-energética no período das águas
A suplementação no período das águas, visando engorda dos animais, reduz a idade ao abate, evitando que o animal passe por mais uma seca durante a permanência na propriedade.
Para as fêmeas, essa técnica permite reduzir a idade da primeira monta. Já para vacas recém-paridas ou primíparas, reduz o tempo que ela permanece em anestro e, com isso, reduz o intervalo entre partos.
Portanto, a utilização de suplementos mineral-proteico-energéticos no período das águas, pode potencializar a produção animal, pois resulta em melhor aproveitamento da proteína contida no alimento, além dos demais nutrientes da forragem.
Com o uso de matéria-prima que garante energia de fácil disponibilidade ao animal, além do correto balanceamento entre a quantidade de proteína disponível com a quantidade de energia ofertada, é possível aumentar os ganhos na fase de melhor condição para o desenvolvimento dos animais.